Será que é procrastinação?

Atualmente tenho ouvido com grande frequência nos meus atendimentos clínicos, queixas dos pacientes de que estão procrastinando muito e o quanto este fato tem sido desconfortável para eles.

Relatam que, têm adiado tarefas importantes, acabam procrastinando consistentemente e que se sentem muito incomodados com isto, o que faz com que queiram aprender a lidar melhor com a situação, haja vista, que procrastinar lhes acarreta um pior desempenho frente aos seus estudos, trabalhos ou projetos importantes da vida.

Quando pensamos em procrastinação, geralmente estamos falando do adiamento de uma tarefa ou decisão, sendo que parece não haver justificativa razoável para tal atraso o que por vezes gera problemas para os indivíduos. Pensamos também, que o que pode estar envolvido para tal adiamento seria uma dificuldade de gerenciar o autocontrole e a responsabilidade, ou até mesmo estaria ligado a preguiça.

Contudo, há diversas variáveis que podem estar relacionadas à procrastinação, por isso é importante identificar e compreender tal conduta, pois por trás de dificuldades com a procrastinação pode haver uma série de de problemas mais complexos envolvidos e focar apenas em questões ligadas a responsabilidade e autocontrole pode ser um equívoco.

O ato de procrastinar pode ser gerador de estresse, menor bem-estar e estar relacionado a problemas médicos e psicológicos, além de produzir menor satisfação a médio e longo prazo.

As pessoas podem procrastinar diante de algumas tarefas, pois podem perceber que têm pouca probabilidade de serem bem-sucedidas com a realização da mesma, por não esperarem receber algo positivo ou por não apreciarem realizar tal atividade.

Pode ser também, que a procrastinação esteja ligada a exaustão, ou talvez seja reflexo de sua autocobrança exagerada por obter um bom rendimento que esteja te deixando ansioso e te proibindo de produzir, por receio de não ser perfeito.

Ou pode ser ainda, que você esteja se engajando em comportamentos menos produtivos como: ver TV, ficar jogando no computador ou videogame de modo compulsivo, porque já negligenciou as suas atividades de lazer por inúmeras vezes e por muito tempo que agora seu corpo está pedindo por algum momento de descanso e divertimento.

E há ainda questões mais sérias que estejam ligadas a quadros de saúde mental, como ansiedade, depressão, burnout, luto, Trastorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) entre outros. Por estes motivos é que se torna importante entender mais a fundo as causas da procrastinação.

É válido ressaltar ainda, que tendemos a procrastinar diante de tarefas exigentes (menos favoráveis), logo dividir tarefas exigentes em tarefas menores pode ajudar a não procrastinar.

Contudo, se as estratégias que você estiver utilizando para lidar com a procrastinação não estiverem te ajudando ou pelo contrário estiverem te colocando em uma condição de risco e maior desconforto é hora de repensar e ajustar a rota.

Diante disto então, se houver dificuldade em discriminar quais as causas de sua procrastinação e de modos satisfatórios de lidar com ela, procure a orientação do profissional psicólogo para lhe ajudar a compreender o motivo de seu comportamento de procrastinar e para que o mesmo de modo colaborativo possa com você criar estratégias válidas e possíveis para a melhoria desta situação.