Sobre desenvolvimento pessoal saudável e reconhecimento dos nossos limites

Frente a obtenção de um sonho ou meta grandiosa é muito comum ouvir as pessoas dizendo frases como essas: “Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem, persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham.”, ou até mesmo algo mais simplista “O que você faz da 00h00 as 06h00 ?”

Dizeres como estes sinalizam para nós que com esforço, “força de vontade” podemos ter o que quisermos e que tudo despende somente de nós mesmos. Algo muito na linha da tão falada meritocracia (baseada nos méritos pessoais de cada indivíduo).

Entretanto, é importante ter cuidado com este tipo de postura, para não cairmos em armadilhas. Claro que é muito bom nos aproximarmos daquilo que é valoroso, ou importante para nós e até mesmo ousarmos fazer coisas que são desafiadoras e conseguirmos obter resultados satisfatórios.

Contudo, existe um limiar entre ser esforçado, disciplinado para alcançar seus objetivos e o desrespeito com as necessidades físicas e emocionais, comuns ao ser humano. E agir de tal forma, sem observar nossos limites pessoais, pode transformar a busca pela realização de nossos sonhos ou objetivos em uma verdadeira tortura ou até mesmo se tornar adoecedor.

Quando pensamos no processo de enfrentamento ou desenvolvimento, comumente conhecido como sair da zona de conforto, isso implica em nos colocarmos diante de situações que possam gerar algum nível de desconforto, mas que, na maioria das vezes promove o acesso a novas conquistas e nos faz sentir mais capazes e satisfeitos.

No entanto, é válido ressaltar que, costumamos ter um limite do que pode ser possível para nós em um determinado momento ou situação e se não estivermos sensíveis à esse limite podemos sair da condição de desenvolvimento e entrar em uma condição de sofrimento e extremo desconforto.

O que pode acarretar doenças físicas, relacionadas ao estresse constante, que fragiliza o nosso sistema imunológico, pode envolver também, doenças mentais como ansiedade, questões depressivas, entre inúmeras outras.

É importante então, ter em mente que nem sempre elevados níveis de disponibilidade de ação (esforço demais) é o mais correto a ser feito, mas sim, observarmos o nível ao qual podemos nos esforçar sem extrapolar os nossos limites pessoais, aquele em que podemos nos sentir mais flexíveis para irmos mais longe, sem nos exaurimos.

Deste modo, é importante estarmos atentos aos nossos limites pessoais quando tentarmos sair desta tal “zona de conforto” para que possamos também praticar o autocuidado, aspecto tão importante durante este processo de desenvolvimento.

Portanto, é super válido estarmos dispostos a ousar e irmos além da nossa zona de conforto, em busca de nossos objetivos e maior desenvolvimento, mas lembre-se sempre de conferir se os seus limites pessoais estão preservados e principalmente não esqueça do seu autocuidado. Só assim, será possível aproveitar melhor as suas conquistas e ter uma vida mais saudável.