Na prática clínica tem sido comum ouvir os clientes relatarem que há muito tempo vêm
lidando com desconfortos emocionais em suas vidas. Contudo, relutaram em buscar cuidado psicológico, deixando para recorrerem a tal recurso quando se encontravam em um nível insustentável de desconforto e sofrimento.
Sempre friso à eles que terem decidido buscar ajuda psicológica foi uma ótima decisão!!! A questão é: Por que não fazer isso antes de chegar ao limite ou até mesmo ao fundo do poço???
Ouço ainda, que utilizam atalhos os quais dão a falsa sensação de resultados rápidos em que a trajetória de enfrentamento dos desconfortos psicológicos passa por inúmeras etapas e/ou estratégias que antecedem a psicoterapia, na tentativa de amenizar a dor ou até mesmo camuflar o que vêm sentindo.
Algumas destas estratégias são até criativas e saudáveis, porém, todas imediatistas e não eficazes!!! Outras no entanto, nocivas e extremamente prejudiciais que ao invés de alívio, geram aumento da problemática vivenciada e também do sofrimento, colocando o sujeito em uma condição de extrema fragilidade e vulnerabilidade.
Quando buscamos aliviar o sofrimento de modo a não cuidar do que pode estar gerando este desconforto, corremos o risco de que “esse sofrimento” vá crescendo e tomando proporções cada vez maiores, as quais, por vezes não conseguiremos mais controlar.
Não se engane e reflita: A hora certa de consertar o telhado é quando há sol!!! Não espere a tempestade para buscar ajuda. Investir em sua saúde mental é uma forma de encontrar novos caminhos para soluções mais práticas e eficazes para os anseios, conflitos, sofrimentos psicológicos e dúvidas.
Na psicoterapia analítico-comportamental, que é uma prática baseada em evidências advindas da ciência do comportamento é possível compreender qual a maneira do cliente interagir com o seu meio e de que forma isto está ou não funcionando atualmente. É um espaço para compreender ações e desenvolver possibilidades de mudança.
Logo, já que todo tipo de comportamento é uma ação, então, se quisermos modificar o que é indesejado, é preciso experimentar, emitir, vivenciar outras formas de se comportar, pois apenas pensar e desejar que o universo ajude, ou buscar atalhos que se dizem milagrosos, não trará efeito. Afinal, como será possível obter resultados e ou consequências diferentes se continuar agindo sempre da mesma forma?
Portanto, cuide-se. Faça psicoterapia!!!
“Você não pode impor felicidade. Você não pode em última instância, impor coisa alguma. Nós não usamos a força! Tudo que precisamos é engenharia comportamental adequada.” (B. F. Skinner)